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Suicídio: Acolher Para Prevenir

Desde o ano passado, temos vivido um momento da humanidade que tem mexido com nossas emoções e sentimentos. Com isso, muitas dificuldades humanas têm tomado cada vez mais destaque, devido as necessidades de evolução comuns a habitantes de um planeta de provas e expiações: há muitos passando fome, assim como muitos doentes do corpo, enfrentando COVID-19 e outras doenças, e há, também, fatores que são sociais que têm gerado desesperança e dificuldade de lidar com as provações com resiliência.

 

O tempo que muitos têm passado a mais em casa, como forma de se proteger do COVID-19, têm aumentado sentimentos como medo ou raiva de estar preso no lar, fato que alterou algumas estatísticas não desejadas, como o aumento de violência doméstica, do uso de substâncias, de sobrecarga de trabalho e do número de suicídio no mundo. 

A compulsividade no uso de redes sociais, jogos eletrônicos e na alimentação são alguns sintomas de uma sociedade cada vez mais insegura, irritada e ansiosa. Antes da pandemia de COVID-19, o suicídio já era uma questão de saúde urgente, e, com a pandemia, se tornou ainda mais preocupante, já que com ela vieram mudanças imprevistas e rápidas na rotina de todo mundo.

Fora isso, ainda existem outras questões como as várias formas de preconceitos (como o racismo e o sexismo) e violências (como o bullying e os problemas de segurança pública). Além disso, vivemos em um sistema que nos exige produtividade… que se desdobra em uma cobrança das outras pessoas e em uma autocobrança por alto desempenho na escola, nos vestibulares e nas atividades de casa. Também estamos enfrentando no momento o afastamento, perda ou adoecimento de pessoas queridas, como familiares e amigos. Essas questões mexem de alguma forma com o estado emocional de quem passa por essas dificuldades.

Manoel Philomeno de Miranda, no livro Temas da Vida e da Morte, chama o suicídio de solução insolúvel, você consegue imaginar o porquê?

Em O Livro dos Espíritos, na questão 944, Kardec pergunta: “O homem tem o direito de dispor da sua própria Vida?” e a resposta dos espíritos é bem objetiva “Não, somente Deus tem esse direito. O suicídio voluntário é uma transgressão da Lei Divina”.

Emmanuel nos conta, no livro Religião dos Espíritos, que o suicídio tem diversas consequências. Órgãos afetados pelo meio utilizado para deixar a existência encarnada terão alguma alteração em vida futura e as provas que não foram cumpridas na existência perdida voltará de alguma forma na próxima encarnação. 

Emmanuel ainda relata que a depender do nível de ligação com a vida material, há espíritos que acompanham o corpo se decompondo. Também há casos em que o espírito suicida encontra com o grupo de obsessores que o acompanhava, ficando refém dos mesmos. 

Uma coisa é certa, o espírito suicida ficará na região que mais se afiniza com sua própria vibração de desesperança e medo, sendo difícil o contato imediato com espíritos trabalhadores que estejam buscando resgatá-lo por conta da vibração do espírito em sofrimento.

Mas o que então poderíamos fazer para prevenir o suicídio? Nos centros espíritas temos a oportunidade do estudo, da prece, do passe e oportunidades de praticar a assistência fraterna. Essas atividades podem ajudar a melhorar nossa vibração e a encontrarmos um sentido mais amplo para a vida.

Esses e outros recursos têm suas bases no maior médium que já esteve na Terra, Jesus Cristo. O Cristo, médico das almas, mestre querido que nos trouxe o Evangelho do Amor, deixou vários ensinamentos para recobrarmos nossa esperança e para nos auxiliar a desenvolver a resiliência. Ele se apresenta para nós como sendo o caminho, a verdade e a vida, sendo este apenas o começo de suas lições. 

 

Durante o sermão da montanha, Jesus nos diz “Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados” (Matheus, 5:4). Nessa passagem, Jesus deixa claro que mesmo que as provas e expiações tragam sofrimento, o esforço em enfrentá-las com resiliência será reconhecido, pois nunca estamos sós.

Em outro momento, Jesus convida aquelas pessoas que sofrem e se sentem sobrecarregados a buscar alívio em sua presença e em suas palavras, pois nos seus ensinamentos há o segredo para encarar as dificuldades com leveza, além de que o trabalho no bem é uma fonte que renova nossa vontade de viver. 

Cristo também nos revela a força da fé: “Porque na verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar, e nada vos será impossível” (Mateus, 17:20), ou seja, a fé nos dá forças para enfrentar os desafios e fazer acontecer o que parece impossível.

Muitos que pensam na possibilidade do suicídio o fazem por estar passando por alguma dificuldade que parece impossível de ser solucionada e acabam vendo o ato de retirar sua vida como uma forma de solucionar o problema, o que é uma solução insolúvel, pois o espírito é imortal e está sujeito as consequências de seus próprios atos. Uma saída que pode ser mais eficaz é falar sobre nossos sentimentos, pois falando temos a oportunidade de sermos acolhidos.

Se você está com alguma dificuldade, peça ajuda para a família, amigos, aos bons espíritos e mentores. Além disso, busque ajuda de um(a) profissional capacitado! Ocupe-se com algo que te faça se sentir bem e útil. Às vezes o problema está mais perto de se solucionar do que a gente imagina, é uma questão de tempo e de agir pouco a pouco, se fortalecendo à medida que se sente uma pessoa mais capacitada.

Percebeu que você precisa falar agora e não sabe com quem? Ligue para o CVV pelo número 188! 😊 Além disso, é possível encontrar acompanhamento psicoterapêutico a valores sociais ou de forma gratuita em instituições de ensino de Psicologia ou nas instituições em que esses profissionais se especializam em suas abordagens psicológicas, como a abordagem Cognitivo-Comportamental, Abordagem Centrada na Pessoa, Psicodrama, Terapia Sistêmica, Psicanálise. Inclusive, em alguns desses lugares, existem o recurso de plantão psicológico, semelhante à atuação do CVV! 😉

Se você conhece alguém que está com esses pensamentos, aproxime-se sem cobranças e converse respeitando o tempo da outra pessoa. Escute sem julgar, ficando perto, disponível para ajudar e acolher. Tenha empatia! Invalidar o sentimento da outra pessoa não ajuda. A experiência de cada pessoa é única! Evite fazer comparações! Se não souber o que falar, apenas escute e esteja presente, deixe que a pessoa te diga no que ou como você pode ajudar. Faça-se presente na vida dessa pessoa. Estamos encarnados em sociedade para nos apoiar para seguirmos em frente na nossa evolução espiritual.

 

Vamos conversar mais sobre esse tema nas nossas próximas lives no sábado às 18h no YouTube com nosso podcast e no domingo às 10h pelo Google Meet com nossa Roda de conversa. Para mais informações sobre nossas lives acesse o site www.cefak.org.br nesses dias e horários para a gente estudar juntos!

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Um comentário

  1. Márcio

    Conteúdo maravilhoso. Excelentes vídeos e texto muito elucidativo.

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