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Relacionamentos no Mundo Virtual

Quais são as redes sociais que você faz uso atualmente? WhatsApp? Telegram? Instagram? Twitter? Facebook? YouTube? Tik Tok? Kwai? Essas são só algumas, mas há várias redes sociais atualmente e normalmente estamos em mais de uma ao mesmo tempo. Por um lado, no contexto da pandemia, isso tem permitido que muitas pessoas mantenham contato, seja por texto, ligação ou vídeo chamada. Por outro, as redes sociais reproduzem várias dificuldades de comunicação presencial que atrapalham os relacionamentos.

As redes sociais já vêm lutando contra algumas limitações de comunicação que existiam em sua origem: o conteúdo de uma mensagem por si só pode não ser o suficiente para se passar um entendimento. Na conversa presencial, temos informações que vão além do conteúdo, como tom de voz, entonação, gesticulação, postura corporal, expressões faciais e questões culturais relativas a expressões, gírias e sentidos compartilhadas por um grupo (sabe a piada interna?). 😁

Para virar esse jogo, hoje se tem disponível os emojis, stickers, recursos de fotos, áudios, vídeos e vídeo chamadas. Aparentemente tudo o que seria necessário para uma boa relação nas redes sociais está aí, disponível para quem quiser. Mas será que isso tem sido o suficiente para que as redes sociais sejam usadas para termos bons relacionamentos? 🤔

Quando as redes sociais começaram a se popularizar, muitos viram a oportunidade de reconectar com amizades antigas e em manter contato com pessoas queridas que moravam longe. Hoje, é usada por nós para mandar uma mensagem para quem está na cozinha nos trazer um copo d’água quando vir para sala. 😅

Foi uma questão de tempo até as redes sociais serem acusadas de aproximar quem está longe e afastar quem está perto. Antes da pandemia, não era incomum em um almoço de domingo a família estar reunida no mesmo cômodo, cada um com o smartphone na mão, sem trocar uma palavra entre si. E como fica a troca de afeto entre os familiares? O afeto é só para quem está longe? Seria culpa da tecnologia?

Em O Livro dos Espíritos, somos apresentados a Lei de Sociedade, na qual os espíritos nos contam, nas perguntas 766 e 767, que nós seres humanos fomos feitos para viver em sociedade, não foi à toa que Deus nos permitiu desenvolver a comunicação através da palavra e nos concedeu as faculdades necessárias para vivermos juntos. A vida em sociedade serve para nos ajudarmos e progredirmos juntos.

Faz parte do nosso processo evolutivo a convivência e o relacionamento com outras pessoas. Mas há quem use as redes sociais para trocar ofensas, passar indiretas, alimentar tretas (ou só assistir), divulgar discursos de ódio, passar correntes (spam) e divulgar fake News, ao mesmo tempo em que alimenta o orgulho, a vaidade e o egoísmo (vícios que precisamos combater para evoluir).

Em contrapartida, há pessoas que ficam em relacionamentos superficiais, lendo, comentando e/ou curtindo o que está na time lime, no status ou no stories da rede social, sem aprofundar a conversa ou a relação. Mandar uma mensagem no privado hoje é quase uma declaração de carinho e uma ligação de celular só pode ser duas coisas: uma notícia muito ruim ou a operadora de celular oferecendo um novo plano (entre outros tipos de propagandas e cobranças).

Então as redes sociais são ruins? Certamente que não! Na pergunta 636 de O Livro dos espíritos, somos informados que o bem ou o mal depende da vontade que se tem de fazê-los. Sendo assim, as redes sociais, assim como outros recursos tecnológicos, são neutras, é a intenção da pessoa que os usa que tornará um uso para o bem ou para o mal.

As redes sociais podem servir para colocar em prática alguns ensinamentos do Cristo, como amar ao próximo como a si mesmo (tipo você dedicar um tempo para conversar com seus avós no WhatsApp ou para ensiná-los a usar o app), praticar o bem e a caridade (dá para montar um grupo de oração ou de assistência fraterna com a família e/ou amigos) ou praticar a mansidão (respirar fundo e manter o respeito quando a conversa com alguém for sobre algo que você discorda).

Mas talvez o mais desafiador seja o “Orai e Vigiai”. As redes sociais nos exigem praticar bastante a vigilância, de pensamentos e ações. Quem nunca disse ou fez alguma coisa nas redes sociais que acabou ofendendo alguém querido? Ou pelo menos que tenha se arrependido e ficado pensando que não precisava? O que vai para a internet se torna público e acessível. Nas redes sociais, um print que a gente dá em uma conversa e manda para outra pessoa pode ser uma quebra de sigilo. Quem te mandou a mensagem confiou que você não ia repassar o que ela contou ou fotos e vídeos que ela possa ter mandado. Vigiar nossas próprias ações nas redes sociais pode nos ajudar a criar relacionamentos mais saudáveis.

Hoje, é raro um relacionamento que seja só presencial (nem sei se ainda existe, mas vai que…). Estamos o tempo todo conectados e falando com quem está perto e com quem está longe. O importante é criar relações genuínas, dentro e fora da internet, baseadas em respeito mútuo. Precisamos dar afeto para quem está perto, e não apenas para quem falamos nas redes sociais. Se para o estranho que a gente troca mensagens no Instagram a gente consegue ser afetuoso, por que não ser afetuoso também com nossos pais, nossos irmãos ou nossos amigos? Sair um pouco das redes sociais virtuais faz bem! Tem uma rede social chamada “vida” que permite umas conexões presenciais que a gente não pode deixar passar! 😉

https://www.youtube.com/watch?v=bZ_JzQE4JK8

Portanto, lembremos nas nossas relações, presenciais e virtuais, da recomendação que André Luiz nos traz no livro Sinal Verde:

“Teremos vencido o egoísmo em nós quando nos decidirmos a ajudar aos entes amados a realizarem a felicidade própria, tal qual entendem eles, deva ser a felicidade que procuram, sem cogitar de nossa própria felicidade.
(…) Em qualquer dificuldade com as relações afetivas é preciso lembrar que toda criatura humana é um ser inteligente em transformação incessante e, por vezes, a mudança das pessoas que amamos não se verifica na direção de nossas próprias escolhas.”

Vamos conversar mais sobre esse tema na nossa próxima live de sábado às 18h no YouTube com nosso podcast! A live será no canal do Cefak no YouTube! Aguardamos você no Podlá!

O que achou do conteúdo? Gostaria de fazer algum comentário sobre o tema? Ficou com alguma dúvida? Deixe seu comentário!

Um comentário

  1. CORDELIA MARIA BARROSO CORREA

    Excelente abordagem. O convite para desenvolvermos relacionamentos reais, verdadeiros está feito. E eu com isso? Aceitá-lo e vivenciá-lo. E vamo que vamo.

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